Um homem novo
Até estás mais bonito, Rogério. Vês as maravilhas que fazem uns dias sem pegar num cigarro? Parece que voltaste a ter aquela pele de bebé. E já não tresandas a cerveja. Quando foi a última vez que abraçaste um gargalo? … Ler mais
Até estás mais bonito, Rogério. Vês as maravilhas que fazem uns dias sem pegar num cigarro? Parece que voltaste a ter aquela pele de bebé. E já não tresandas a cerveja. Quando foi a última vez que abraçaste um gargalo? … Ler mais
Era uma vez um tacho comilão, que só queria saber da sua barriga. Sentia-se importante, pois comida não lhe faltava, e gabava-se disso. Os outros, amontoados a um canto do armário, sentiam-se pequeninos, tristes e abandonados. … Ler mais
As badaladas da meia-noite calaram-se para os acordes das guitarras de Coimbra. Com a Serenata, começava a minha última Queima das Fitas. Sentada nas pedras morenas da velha Sé, com outros quintanistas, ouvia gemerem cordas nos dedos dos amigos, trinarem … Ler mais
O correio apenas chegava ao quartel uma vez por semana. Para proteger o saco de lona grossa e verde, era exigido que fosse escoltado por viatura militar com seis mancebos armados, afastando assim o perigo de assalto inimigo, em busca … Ler mais
O telemóvel tocava. Dei um bafo no cigarro, apreensivo, prevendo o assunto: um novo homicídio. Três assassinatos nas últimas semanas. Um talhante esfaqueado, uma professora asfixiada, um médico afogado. Vítimas sem qualquer relação entre si, tal como as formas como … Ler mais
Duas irmãs. Juntas e afastadas. Sem uma terna cumplicidade. A viverem uma paz com violência latente. Em qualquer momento, por qualquer trivial circunstância, pode saltar um julgamento, um grito, um murro numa porta, um objeto arremessado ao nada. Fazem por … Ler mais
Vidas. Caminhos. Encontros e desencontros. Procuro-me, procuro-te. Sinto o vazio do teu abraço. Existo, sim. Mas nós dois podemos ser um. Um em cumplicidade. Do meu peito ecoam sons que só tu conheces. Escutas ou não? Recordas-te? Nem te via … Ler mais
Da cabana o manto branco do horizonte feria os olhos. Uma paisagem despida de vida. Rashad coloca o binóculo no olho direito como um pirata à espera de larapiar um náufrago. A guerra instalara-se lá fora. Percorria os países com … Ler mais
Abominava a idiota tradição importada dos americanos. Por ele, receberia qualquer criança que lhe batesse à porta apontando-lhe os canos da caçadeira. À esposa, no entanto, brilhavam os olhos sempre que ouvia a irritante frase. «Doçura ou travessura.» Os pequenos … Ler mais
Eram precisamente 2 horas e 30 minutos, numa madrugada quente de verão, quando Sofia se preparava para atravessar a rua que a levaria a casa. Na montra de uma relojoaria, um Rolex chamara a sua atenção. Fixou-o por momentos, antes … Ler mais