«Onde» ou «em que»? — Aprenda a diferença e escreva com mais precisão

A língua portuguesa está cheia de pequenas armadilhas que, à primeira vista, parecem inofensivas — mas que podem comprometer a clareza do que escrevemos.

Uma dúvida bastante comum é saber quando usar «onde» e quando optar por «em que» ou «no/na qual». Embora pareçam equivalentes, não são sempre substituíveis. Vamos esclarecer esta diferença para que possa escrever com mais precisão e segurança.

Este tipo de imprecisão pode parecer um detalhe, mas faz toda a diferença na clareza e correção do texto. Saber distinguir quando usar cada uma dessas formas é um passo importante para escrever com maior rigor, elegância e naturalidade. Neste artigo, vamos esclarecer de forma simples e prática essa diferença — para que possa fazer escolhas linguísticas mais conscientes e seguras.

Sabe quando usar o advérbio «onde» e as expressões «no/na qual e em que»?

Sabia que o advérbio «onde» só deve ser usado quando se refere a um lugar físico?

O advérbio «onde» é utilizado com valor circunstancial, em frases interrogativas (diretas ou indiretas).

É adequado a situações locativas estáticas com o significado de «em que lugar», «em qual lugar».

 

Veja a diferença:

✅ Uso correto de «onde» (locativo):

📍 A casa onde cresci já não existe.

📍 O restaurante onde almoçámos fechou.

📍 O museu onde decorre a exposição é gratuito.

 

🚫 Evite usar «onde» fora de contexto espacial.

Para ideias, momentos, textos, objetos abstratos ou situações, use «em que» ou «no/na qual»:

✅ Uso de «em que» e «no/na qual» (não locativo):

📍 Li um artigo em que se explicam as alterações climáticas.

📍 A conversa na qual falámos sobre o projeto foi esclarecedora.

📍 Foi um dia importante em que tomei decisões difíceis.

📍 O email no qual vinha o link já foi apagado.

 

💡 Dica final:

Se não puder substituir por «em que lugar», evite usar «onde».

Recomendações literárias:

Além dos artigos do blogue, publicações nas minhas redes sociais @analitaalvesdossantos aconselho também à leitura de alguns livros que o vão ajudar a melhorar o português e evitar diferentes erros:

  • «Erros de Português nunca mais», de Analita Alves dos Santos
    Um guia essencial para evitar os deslizes mais comuns. Direto ao assunto, útil para quem quer escrever com mais segurança.
  • «Pontuação em Português», de Marco Neves
    Sabe aquelas dúvidas sobre vírgulas e travessões? Este livro responde com clareza e até com algum humor. É uma boa leitura para quem gosta de perceber os porquês da escrita.
  • «O que há de novo na gramática
    Atual, claro e bem organizado. Explica mudanças recentes e ajuda a compreender como a língua evolui — sem complicar.
  • «Com ou sem vírgula?»
    Feito para quem vive com a dúvida: ponho vírgula aqui ou não? Traz regras, sim, mas também muitos exemplos que fazem sentido.
  • «Prontuário da Língua Portuguesa»
    Um verdadeiro clássico — daqueles livros de consulta que convém ter por perto. Ajuda em tudo o que é ortografia, concordâncias, dúvidas gramaticais.
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Analita Alves dos Santos

Inspiro escritores a sentir mais confiança na sua escrita, a evitar a procrastinação e a partilhar as suas histórias com o mundo.

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